Wednesday, April 26, 2006

Nada a ver

Nada a ver o que eu vou falar agora, mas foda-se.
Várias vezes eu fico pensando nisso: acho que gente pobre é mais feliz.
Não que eu seja rio, mas penso naquelas pessoas bem mais pobre que eu, a classe operacional como o povo costuma dizer. São eles os faxineiros, os porteiros, os entregadores e tal.
Por exemplo, o pessoal operacional aqui do prédio onde trabalho.
Quando dá 17h, eu desço pra fumar um cigarro e fico vendo a saída da maioria deles.
Parece que vão tão felizes e tranquilos para casa. Vão pegar um ônibus lotado até o bairro mais distante da Zona Leste, mas quando chegarem lá, em torno das 20h, estarão ainda mais tranquilos em seu lar, assistindo a novela das 8 que passa as 9, fazendo sua jantinha, tomando seu banho, conversando com suas crias e indo dormir logo depois da Tela Quente pra poder madrugar no dia seguinte e começar tudo de novo.
Aí eu olho pra mim e pra mais um monte de gente que eu conheço: acordo sempre atrasado, vou dormir tarde pra cacete, nunca saio do trabalho no horário, por mais que eu não tenha o conforto de um carro, venho a pé em 20 minutos para trabalhar, quando saio daqui sempre estou preocupado com algo, sobre o que farei a noite, se chamo algum amigo pra ir ao shopping, ou se vou em algum bar, algum restaurante, se vou ao cinema, se como um trash-food ou preparo algo light em casa mesmo, qual livro eu compro, que roupa eu posso comprar.
Caramba! São um monte de futilidade idiotas mas que eu faço até elas serem preocupações e motivo de stress. Não seria mais fácil não ter dinheiro para não ter nenhuma opção do que fazer?
Bobagem minha isso. Surtos que vem na minha cabeça, e é pra isso que eu escrevo um blog. Se eles ficarem aqui dentro eu enlouqueço.

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